O primeiro álbum da banda como um trio vê um retorno aos dias anteriores e também uma incursão em território novo.
Os roqueiros de Hokkaido Galileo Galilei tiveram alguns ajustes para fazer nos últimos anos após seu guitarrista e tecladista deixarem a banda em 2012. Iwai Fujimoto e Noguchi Kazumasa saíram para formar a banda de rock Folks em 2013, deixando os membros restantes seguirem em frente como um trio. Após o EP Baby, It’s Cold Outside, eles foram em diante para lançar seu primeiro álbum como um grupo menor. ALARMS foi lançado no dia 9 de outubro de 2013.
O som de ALARMS lembra com frequência o estilo ouvido no álbum de estreia Parade, focando no rock animado mais tradicional e incluindo muito menos efeitos eletrônicos que dominaram o segundo álbum Portal. A primeira canção LONELY BOY é uma bela demonstração dessa virada na direção musical. A ousada batida pesada nos pratos do baterista Ozaku Kazuki e as harmonias do vocal leve fazem da canção um número deliciosamente feliz a despeito de seu tema mais sombrio, e suas inclinações para o folk rock a tornam alegre de se ouvir. Shoujo to ougon no tabi tem também uma melodia edificante, mas um som de rock mais pesado. O vocal suave e calmo do vocalista e guitarrista Ozaki Yuuki é complementado perfeitamente como sempre pela cantora Chima, que apareceu em muitas gravações da banda. Como a sombra de Yuuki ela normalmente aparece cantando sua parte, mas uma oitava mais alta, suas notas delicadas realçam as dele. A gentil CIRCLE GAME foi usada como música tema para o filme “Ano Hi Mita Hana no Namae o Bokutachi wa Mada Shiranai”, e como tem um tipo de nostalgia similar a Aoi Shiori mostrada na série de TV. O verso é rapidamente esquecível, mas o refrão é suficientemente forte.
A banda se diferenciou um pouco mais com algumas faixas. A mão afiada que bate palmas e os gritos poderosos de “hey!” nos dizem que Ai o é definitivamente mais animada do que suas companheiras no álbum. É um pop rock veloz, que permite a Yuuki se soltar pela primeira vez para nos dar uma performance alegre e desinibida. Todos os membros tocam brilhantemente nessa faixa, infundindo ela com energia e positividade que faz você querer pular e gritar com eles. Yuuki solta seu falsete mais profundo no refrão de FURANII no numa de. Os versos dessa música arrasam como suas músicas de rock leve típico, mas eles enfurecem as coisas para um refrão mais pesado. Shinda youni é uma das faixas mais solenes da banda. O baixista Sako Hitoshi toma a frente com sua forte linha de baixo de funk nessa canção bem sombria. COBALT BLUE é também bem dominada por esses rapazes, mas é mais no lado positivo do que Shinda youni. É uma peça arrebatadora de chillwave relaxado, mostrando vocais que não poderiam ser mais joviais sem intervenção farmacêutica. O refrão é cheio de harmonias gloriosas ecoando que são puro mel para os ouvidos.
Um pouco de sua música dance eletrônica encontrou seu caminho no álbum a despeito da partida do tecladista, o que é esperado já que era uma parte integral de seus lançamentos mais recentes. O pop inspirado por sintetizadores de Portal é bem claro em Shio no tobira, que com seu loop sintetizado tipo chiptune e baixo proeminente e saltitante de Sako tem uma familiaridade confortante. Os rapazes nos transportam de volta para os anos 80 em Oh, Oh!, um retro bit sem vergonha de dance pop cativante. Seu refrão masculino para cantar junto e o leve e rítmico riff de guitarra de Yuuki ajudam a se sobressair como uma música apropriada de bons sentimentos. Um pouco de cordas sintetizadas ajudam a adicionar um pouco de jovialidade à brilhante Jonathan. Seu riff de guitarra alto, baixo distorcido e bateria forte contribuem para um refrão fantástico na música mais animada do álbum. O único ponto baixo é o efeito de autotune inútil nos vocais perfeitamente afinados. As dedilhadas calorosas no violão fundem-se com uma crua, porém prazerosa linha de baixo e uma pletora de efeitos eletrônicos na faixa final Birthday. Chima junta-se novamente com um Yuuki com autotune nos últimos dois terços, que vê todos os instrumentos conduzindo até um crescendo finale nessa faixa de shoegaze rock vibrante.
Havia um medo após a razoável Baby, It’s Cold Outside que talvez a banda não pudesse continuar como um trio já que eles eram uma quinteto. ALARMS deixa isso de lado enquanto os rapazes se unem em um álbum profundo e polido, cheio do familiar assim como do inesperado. O álbum pintou um futuro esperançoso para o Galileo Galilei, e os fãs podem respirar mais tranquilamente sabendo que a banda ainda tem muito o que mostrar. Há um conselho que eles devem tomar enquanto vão em frente, contudo: afastem-se do autotune.