Entrevista

Entrevista com o eseroman

23/03/2010 2010-03-23 13:19:00 KoME Autor: Jerriel Tradução: Hikari

Entrevista com o eseroman

fujiseki, guitarrista e vocalista do eseroman, fala sobre a formação da banda, suas influências, seu álbum mais recente e a cena musical independente em Osaka.


© eseroman
fujiseki respondeu nossas perguntas logo após seu álbum mais recente, elenpywo, ser lançado na França, pela gravadora Social Alienation.

Você pode apresentar a banda e seus membros?

fujiseki: O eseroman é composto por quatro membros: Junkichi e eu somos os vocalistas, além de baterista e guitarrista, respectivamente. Asakichi fica com o baixo e NONANN com o trompete. A banda foi formada em Osaka em 1992.

Qual o significado do nome eseroman?

fujiseki: Eu acho que é um pouco difícil explicar o significado dessa palavra a estrangeiros. “Ese” pode ser traduzido como “falso”, “fingido”, “imitação”. Mas nós não estamos usando esse termo de forma pejorativa. “Roman” se refere à boa e velha atmosfera do Japão, como um lugar cheio de sentimentos leves e positivos. Nós também consideramos a forma de personagens chineses, somente a estética. Basicamente, “eseroman” não tem um significado muito profundo.

Como vocês começaram a fazer música e como criaram a banda?

fujiseki: No início, Junkichi e nosso baixista anterior faziam parte de uma banda cover do Ruins. Quando os membros da banda mudaram, nós começamos a compor nossas próprias músicas, aos poucos.

Sua música parece ser uma fusão de múltiplas influências: rock, pop, punk, reggae, jazz... Como você definiria o som do eseroman?

fujiseki: Nós não estamos tentando nos encaixar em um gênero definido. Acho que somos uma síntese das diferentes influências que cada um de nós traz. Nós todos estamos em outras bandas também, seja de hardcore ou soft rock. Isso provavelmente influencia na música do eseroman.

Então, vocês começaram como uma banda cover de Ruins. Nós podemos perceber uma certa influência zeuhl em sua música. Basicamente, por quais elementos vocês se interessam?

fujiseki: As melodias, especialmente a estrutura das músicas que gostamos, de bandas como Magma. Eu também acho que há algo único no zeuhl, na forma como diferentes instrumentos são colocados juntos. Eu escutava o Ruins principalmente quando era estudante, e já nem sei quantas vezes fui vê-los ao vivo.

De acordo com a entrevista que você deu para a revista japonesa Jungle Life no último outono, você gosta muito de filmes B e de terror, e eles são parte de sua inspiração para escrever as letras de suas músicas. Quais os filmes que mais lhe afetaram?

fujiseki: Eu gosto muito de “Zombie”, de George A. Romero. Também gosto de “Braindead” e “Bad Taste”, de Peter Jackson, “Evil Dead”, de Sam Raimi, e “Tropas Estelares”, de Paul Verhoeven. A lista é grande.

E, além dos filmes, onde mais você encontra inspiração?

fujiseki: Definitivamente a shows aos quais nós vamos e CDs que nós escutamos.

O álbum elenpywo foi lançado em junho. O que você pode nos dizer sobre ele?

fujiseki: Após a saída de um dos membros da banda – um guitarrista e vocalista –, nós passamos o ano todo compondo, sem fazer shows. Então, nós tivemos a oportunidade de lançar um álbum pela gravadora gyuune cassette. Eu não vou dizer que o elenpywo é rock progressivo, mas nós fizemos o possível para adicionar um certo ritmo, uma certa agitação, sem fazer com que as mudanças de ritmo fossem muito brutais. O humor também está em algumas músicas do álbum. Isso provavelmente vem de nosso interesse pelo terror e ficção científica.

Você pode nos falar sobre seu primeiro álbum? Não existe muita informação sobre ele.

fujiseki: É um CD que nós mesmos produzimos, quando nosso antigo guitarrista e vocalista ainda estava conosco. Na verdade, o álbum acabou soando completamente diferente do que nós realmente fizemos. Nós meio que insistimos em seguir pelo caminho mais barato. Quando eu o escuto agora, costumo pensar que ele é muito insignificante. (risos) Eu não estou satisfeito com ele.

O PV de Giga Taishou foi dirigido por Miyamoto Moriro. Como vocês o conheceram, e como surgiu a idéia de fazer uma montagem com cenas de filmes de Velho Oeste?

fujiseki: Foi a gravadora que nos colocou em contato com Moriro. A idéia da montagem foi dele. Ele fez o vídeo a partir de centenas de filmes liberais de direita, os quais ele viu e editou. Foi um esforço realmente titânico. Nós o reconhecemos muito por isso, o vídeo é ótimo!

Ele fará outros PVs seus no futuro? E, se vocês pudessem fazer qualquer tipo de vídeo, que tipo vocês gostariam de fazer?

fujiseki: Nós não podemos prever nada no momento. Mas, se nós fôssemos fazer outro vídeo, gostaríamos de fazer algo ligado ao terror ou ficção científica.

A cena underground de Osaka é muito criativa e dinâmica. Você acha que essa energia os beneficiou?

fujiseki: Nós tocamos em Osaka há quase oito anos, então a influência da cidade sobre nós é imensa. Há muitos tipos interessantes por lá, da nossa mesma geração.

De quais bandas de Osaka você gosta especialmente?

fujiseki: Há tantas, é difícil escolher somente algumas, mas nós realmente admiramos bandas como Djamra e motor humming, que existem desde que nós formamos o eseroman. Na verdade, o Djamra é distribuído por uma gravadora francesa, a Musea. Há também o Oshiripenpenz e o Outdoor Homeless. Nós gostamos deles há muito tempo, e nos damos muito bem com eles. E nós adoramos Yoshida Yasushi. Ele não faz mais músicas, mas já foi do SUSPIRIA e SPASMOM.

Você pode nos falar sobre seus shows? Por exemplo, você se lembra de seus primeiros shows?

fujiseki: Eu não me lembro muito bem deles. Nós nos apresentamos em Fukuoka recentemente e foi ótimo. O público foi caloroso e sincero, um pouco como Osaka.

Obrigado por nos ceder um pouco de seu tempo hoje. Para terminar, você pode dizer algumas palavras para as pessoas que comprarão seu álbum na França?

fujiseki: Eu nunca pensei que chegaria um dia em que nós vendêssemos nosso álbum na França. E eu realmente gostaria de me apresentar lá algum dia desses, então, por favor, nos convidem!


O JaME gostaria de agradecer a fujiseki, eseroman e Social alienation.
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