“... E se você não estiver certo se tem coragem de tomar o próximo passo em direção ao futuro, lembre-se da minha voz”.
Isshi nasceu em 7 de dezembro de 1978, em Matsumoto, distrito de Nagano, muito conhecido por seu lindo castelo. Seus pais realmente gostavam de música, então ela a acompanhou desde a infância. Inspirado por artistas como ANZENCHITAI ou Masashi Sada, ele começou a compor na faculdade. No começo, ele queria aprender a tocar um instrumento musical – ele tentou guitarra, baixo, bateria e até teclado. Contudo, ele não mandou bem e, em vez disso, decidiu se tornar vocalista. Cantar o fascinou porque “você não pode ser bom ou ruim nisso, você só pode ser excêntrico ou original”. Aos vinte anos, ele formou uma banda com Izumi e Nao, que eles chamaram de CROW. Logo depois, a nova banda assinou com o selo KEY PARTY.
Daí então, a carreira da banda, assim como de seu vocalista, começou a se desenvolver. Em 2000, a banda assinou com a PS COMPANY e mudou seu nome para Kagrra - depois de se tornarem major eles adicionaram uma vírgula ao nome – que melhor expressa seu estilo chamado “Neo Japanesque”. Este termo é referente à palavra “wa”, que significa a estética japonesa e os costumes tradicionais que eram derivados de tradições antigas e depois de transformações sobreviveram até os dias de hoje. A banda expressava isso tanto visualmente quanto musicalmente. Por exemplo, os músicos se apresentavam com roupas a exemplo de quimonos e eles incluíam instrumentos tradicionais como o koto em sua música. Contudo, para Isshi, “wa” simplesmente significava ser japonês e ter orgulho de ser japonês.
O Kagrra, era constituído de músicos realmente bons. Sua música se destacou porque não era simplesmente a imitação do trabalho de outra pessoa, mas foram criadas pelos próprios membros do absoluto zero. Então, de acordo com Isshi, mesmo com o passar do tempo, sua música nunca perderá sua cor única, e aqueles que a ouvirem uma vez nunca vão parar. As palavras não foram apenas para o Japão, mas para todo o mundo também, já que a banda fez turnês no exterior algumas vezes, agraciando o visual kei e a cultura japonesa dessa forma. “Nesse sentido nossa música nunca vai se extinguir, certo? Acho que para mim, para os outros membros e para os fãs, o Kagrra, será para sempre algo importante”, Isshi disse em uma de suas entrevistas.
O Kagrra, também se destacou na cena da música japonesa devido às suas letras que eram escritas por seu vocalista, que era fascinado pela cultura tradicional japonesa, e expressava perfeitamente o conceito da banda. As letras de Isshi, consideradas excelentes por muitos, eram frequentemente escritas em uma linguagem japonesa antiga e trazia kanjis que não são mais usados, e esse tipo de detalhe trazia alguma excentricidade para as canções do Kagrra,. É ainda mais impressionante quando você se dá conta de que Isshi jamais teve qualquer tipo de educação nessa direção. De acordo com seus parceiros de banda, ele era um verdadeiro “otaku do kanji” e nas postagens de seu blog, ele frequentemente incluía um novo kanji para seus fãs decifrarem.
Os trabalhos de Isshi eram em sua maioria inspirados em livros, os quais ele absorvia em grandes quantidades. Uma vez ele disse, “Amo ler livros. Acho que são muito bonitos. Então quando componho, eu sempre tenho o cenário de um épico antigo”. Ele amava as histórias tradicionais japonesas que sua avó sempre lhe contava durante sua infância, especialmente aquelas sobre monstros e demônios japoneses porque, de acordo com ele, a maior parte dessas lendas eram baseadas em fatos reais. Esse interesse também era refletido fora de sua música, já que Isshi escreveu suas próprias histórias em estilo similar.
Isshi estava profundamente imerso em música todo o tempo. Ele até passava seu tempo livre ouvindo várias bandas como HELLOWEEN, Queen e ANZENCHITAI, ou assistindo a DVDs musicais. Ele considerava um privilégio poder se expressar pela música. Em sua opinião, as pessoas atualmente estão muito ocupadas para entender o que está acontecendo à sua volta e o mundo está ficando pior a cada dia. Isso era o que ele queria passar em sua música. Ele queria usar a sua música para reduzir um pouco a maldade nas pessoas. Ele disse em uma de suas entrevistas: “(...) se pudermos usar a nossa música para acordar a pequena quantidade de serenidade no coração das pessoas jovens, então, nós alcançamos o nosso objetivo”.
Infelizmente, o Kagrra durou apenas dez anos. Depois de diminuir seu ritmo de lançamentos e dos problemas na garganta de Isshi, foi anunciado em março de 2011 que a banda iria parar suas atividades. Os próprios músicos não descreveram isso como uma “ruptura”, mas como uma “morte”. Como Isshi explicou, não foi causado por diferenças de opinião na banda. Ele e os outros membros criaram durante dez anos o que o Kagrra, se tornou e eles sentiram que chegaram aos seus limites. Além disso, eles sentiram que não eram capazes de criar mais nada novo naquela direção.
Logo depois, Isshi voltou ao cenário musical com o shiki∞project que fez sua estreia ao vivo no dia 1º de Abril de 2011. O cantor também lançou um single chamado Rasasakura. Infelizmente, no dia 25 de julho, a informação chocante e inesperada foi revelada: na semana anterior, Isshi caiu no sono eterno em sua casa. Ele morreu aos 32 anos. Como pedido de sua família, apenas seus familiares e amigos próximos puderam participar de seu velório, mas fãs puderam dizer adeus ao seu músico favorito durante os encontros dos dias 28 e 29 de julho na praça Tokyo Ebisu Act. Um dos ex-membros do Kagrra,, Nao, escreveu em seu blog: “Isshi, por favor, olhe por mim. Por favor, olhe por todos nós”.
De acordo com seus colegas de banda, Isshi era cheio de paixão pelo que fazia e gostava da companhia de pessoas com ideias parecidas. Ele também tinha a necessidade de assegurar que todos a sua volta estivessem felizes. Ele queria ser amado por todos e esperava que seus fãs apreciassem plenamente o trabalho de sua banda e que eles quisessem ficar com ele para sempre. Ele admitiu ao mesmo tempo que fãs eram muito importantes para ele. Isshi era muito direto e cheio de otimismo e ele tinha paixões consideradas um pouco estranhas pelos outros, como colecionar figurinhas de Buda. Ele amava cachorros e sempre teve alguns.
Isshi uma vez disse: “A morte é começo da eternidade”. Essa pessoa especial, que foi vocalista do Kagrra,, com certeza não vai desaparecer rapidamente da memória de seus fãs, mas vai permanecer em seus corações para sempre.