Entrevista com a 2Z

Em 2023, a banda de pop rock 2Z esteve no Brasil pela segunda vez como parte do line-up do Asia Star Festival. Com carisma e presença de palco impecáveis, eles conquistaram tantos fãs que agora voltarão para uma turnê pelo Brasil em março, que passará por São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Um pouco antes do início da turnê, conversamos com JungHyun, JISEOB, BUMJUN, HOJIN e ZUNON sobre seu EP mais recente, Do Not Disturb, suas inspirações musicais, sua relação com o Brasil e as expectativas para rever os fãs brasileiros.

Recentemente, vocês lançaram o EP Do Not Disturb. Poderiam nos contar um pouco sobre a escolha do título e o conceito do lançamento?

2Z: A palavra “descanso” foi o início do álbum Do Not Disturb. Durante a nossa turnê internacional, vimos a placa "Do Not Disturb" [Não incomodar] pendurada na porta do quarto do hotel, e isso foi algo que nos deu, de forma inexplicável, uma sensação de paz. Assim, montamos esse álbum desejando que ao ouvir Do Not Disturb, as pessoas pudessem, pelo menos naquele instante, curtir o momento livremente e sentir paz. Podemos dizer que se trata de um álbum que significa um descanso para os integrantes, que se esforçaram muito durante os últimos 4 anos. Também reforça todo o empenho que tivemos até agora.

2Z: Acreditamos que HOPE é a música que mais combina com o nosso lema, que é “os meninos que cantam a esperança”. HOPE é uma história que contamos para nós mesmos. Foram 5 anos de banda, incluindo o período de treinamento. Claro que tivemos muito mais momentos felizes, mas, por vezes, também nos sentimos cansados e inseguros. Sempre que nos sentíamos assim, falávamos uns para os outros que não devemos parar. Vamos olhar para trás e acreditar em todo esse tempo que passamos. Temos sempre que ir para frente, nunca para trás.

Mesmo que estivéssemos passando por algum momento difícil, pelo menos, enquanto estávamos nos apresentamos para os fãs e trabalhando com música, nos sentíamos muito felizes a ponto de esquecer de todos os problemas. Então, queríamos passar essa mensagem para as pessoas. Mesmo que estejam cansados e sem fôlego, passando por uma situação difícil, não parem, continuem seguindo em frente.

O MV de HOPE começa e termina com o abrir e o fechar da porta com a placa "Do Not Disturb". A porta se abrindo é um convite ao nosso quarto, que transmite conforto e liberdade. Esperamos que vocês, mesmo durante um curto período, possam se sentir confortáveis e bem acolhidos.

O que vocês podem nos contar sobre as outras três músicas do EP: Time Machine, Sad Daniel e Anymore?

2Z: Primeiramente, Time Machine é uma música de ritmo médio que descreve o que eu diria ao meu eu criança se pudesse viajar em uma máquina do tempo chamada “música”. Uma vez, fizemos um cover de uma música chamada RPG, da banda japonesa SEKAI NO OWARI, e sentimos que parecia um conto de fadas dos adultos. Também queríamos produzir uma música assim, o que resultou em Time Machine.

Já Sad Denial significa "triste negação". É uma música que conta parte do nosso dia a dia. Pode ser que as pessoas não nos conheçam e, assim, a letra não signifique nada para elas, mas esperamos que pelo menos para você ela seja significativa e acolhedora. É um tanto “casual”, com um toque de blue-eyed soul, um estilo de R&B, no gênero pop. Por isso, muitas pessoas que ouviram pela primeira vez perguntaram se realmente era uma música da 2Z.

Por último, Anymore é uma música em que a palhetada alternada da guitarra é muito charmosa. Ela é bem animada, principalmente pelo uso do sintetizador. Neste álbum, foi a faixa mais próxima ao estilo original da 2Z. A música fala sobre o nosso dia a dia, que nem sempre será fácil, muito pelo contrário. Teremos mais momentos difíceis, mas vamos esquecer tudo e viver felizes e com diversão! Ouvir essa música ao vivo é muito melhor e mais animada do que gravada, então gostaria que vocês fossem ouvi-la no show sem falta!

O som de vocês lembra muito a música dos anos 1980. Quais as suas inspirações musicais?

2Z: Após a nossa estreia, experimentamos gêneros musicais que acreditamos que uma banda deve tentar pelo menos uma vez. Depois de trabalhar com vários estilos – como punk, hard rock, rock alternativo etc. –, achamos cativante o new wave e o synth pop, gêneros em que o sintetizador é um equipamento essencial. Naturalmente, passamos a gostar de bandas como A-ha, Duran Duran e Tears for Fears, além de The 1975, que também tem influências deles. Logo, são nossas inspirações.

Em julho do ano passado vocês estiveram do Asia Star Festival e se apresentaram para um público bem diverso. Como foi a experiência?

HOJIN: Foi o maior show que fizemos até então. Por isso, não conseguimos esquecer até hoje a nossa apresentação no festival. Nós ficamos muito felizes e recebemos boas energias dos fãs. Também ouvimos falar que muitas pessoas se tornaram nossas fãs após nos ver no Asia Star Festival. O nosso CEO também é músico e tocou em uma banda por 30 anos. Ele nos disse que sendo uma banda, dentre muitos shows e apresentações, teremos momentos inesquecíveis, e nós acreditamos que o Asia Star Festival foi um desses momentos. Há algum tempo, depois que a nossa turnê de março de 2024 foi confirmada, eu fiquei tão feliz que tatuei uma cena da nossa apresentação no festival. Acredito que sempre que olhar para essa tatuagem, ela me dará motivação.

Houve algum momento do festival, no palco ou nos bastidores, que foi divertido ou memorável?

BUMJUN: O ZUNON estava tão nervoso, que ficou em pé uns 30 minutos olhando para a parede. Ele estava muito nervoso mesmo. Eu o conheço já tem um tempo e foi a primeira vez que o vi tão nervoso assim.

JISEOB: O final da nossa apresentação no Asia Star Festival foi um momento DJ só do ZUNON. Foi a primeira vez que fizemos isso! Todos deixamos os instrumentos de lado e fomos para a frente do palco dançar e pular com o público. Foi uma lembrança muito especial. Com esse momento DJ, a nossa apresentação ficou ainda mais diversificada e foi possível curtir junto com as pessoas.

Vocês já se apresentaram no Brasil duas vezes. Agora, vocês voltarão com uma turnê que passará por Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Estão ansiosos? Quais as expectativas?

2Z: A viagem em março deste ano já será a nossa terceira vez no Brasil, e toda a vez levamos uma música cover diferente. Na primeira turnê, foi A Queda, da Gloria Groove. No Asia Star Festival foi Admirável Chip Novo da Pitty. Para a turnê de março, preparamos a música Razões e Emoções, da NX Zero, que ouvimos falar ser uma banda muito famosa no Brasil. Estamos muito curiosos para saber a reação das pessoas ao ouvir a nossa Razões e Emoções.

2Z: É claro que é o show. Mas se formos falar de outro momento, gostamos muito da sessão de autógrafos, porque é quando conseguimos ver os nossos fãs de perto. Pode ser que haja dificuldade de comunicação por causa do idioma, mas poder olhar nos olhos e conversar pelo menos um pouco, é muito bom. Queremos aprender mais um pouco de português antes de ir ao Brasil em março. A nossa parte favorita do Brasil em uma palavra seria “vocês”.

2Z: Obrigado pela entrevista. Gostaríamos de ver todos vocês que leram essa entrevista na nossa turnê em março. Vocês não perdem por esperar!

O JaME gostaria de agradecer à 2Z e à Highway Star por tornarem esta entrevista possível.