Entrevista com MUCC em Paris.
Encontro com a banda no hotel onde hospedaram-se.
Era um dia chuvoso quando nossa equipe encontrou-se com o MUCC, no hotel onde a banda hospedava-se.
JaME: Antes de mais nada, olá a todos. Alguns fãs acreditam que o '6' é uma síntese de todos os trabalhos do MUCC. Para vocês é diferente?
Miya: Na verdade, o 6 está mais pra um "B-side" do Houyoku.
JaME: As viagens para o exterior influenciaram a música de vocês?
Miya: Muita coisa nós não conheciamos antes de virmos para a Europa. Aprendemos muita coisa e também abrimos nossos olhos. Conseqüentemente, fizemos um grande progresso.
JaME: A capa do 6 é uma paródia do poster deste que é o primeiro show de vocês no Budokan. Se trata de propaganda ou a intenção foi fazer piada?
Tatsurou: O 6 é um álbum bem diferente dos anteriores. Procurávamos por um design também diverso do que havíamos usado anteriormente. Já que íamos tocar no Budokan, acamos inspirados pela foto usada no pôster. Com um pequeno toque, a capa ajudaria a enfatizar a originalidade do álbum.
JaME: O Budokan é um ginásio muito famoso, praticamente uma lenda! Como se sentem em relação ao local?
Tatsurou: Nós já tocamos lá em alguns eventos. Mas ter a oportunidade de fazer um show individual ali, onde vimos tantas bandas famosas tocarem, realmente nos afeta. Sonhávamos com isso desde que a banda nasceu. (even though it wasn't a finality to us, it's a really big time for us.)
JaME: Torcemos para que vocês, um dia, toquem no Tokyo Dome!
MUCC: (risos)
JaME: Nesse show no Budokan, haverá assentos para a platéia ou não?
Tatsurou: Sim.
JaME: No começo da carreira de vocês, era dada mais atenção à aparência. Por que isto foi mudado?
Tatsurou: (após pensar por um longo tempo) Hmm... Antes nós dávamos muita importância para o visual, dedicávamos muito tempo à sua criação, mas o nosso visual evoluiu junto com a nossa música. Agora, nos preocupamos mais com a criação da música; então, decidimos simplificar nosso estilo com menos maquiagem.
JaME: Vocês se divertem muito durante as sessões de fotos. É assim também na vida de vocês?
Tatsurou: Quando não estamos trabalhando, nós nos divertimos muito. Mas, em trabalho, somos sérios.
JaME: Na página oficial de vocês, pudemos ver um curto filme onde dava para conhecer o talento do MUCC atuando. Vocês pretendem atuar profissionalmente algum dia? (Nota da redação: Se trata de um vídeo no qual SATOchi vai até uma loja de CD's onde o vendedor é outro integrante do MUCC).
Tatsurou: (após rir com os colegas de banda).
Quem fez o cartaz do Budokan foi aquela garota ali atrás. (Eles mostram ao entrevistador uma garota num canto da sala).
JaME: Você tem talento mesmo assim!
(Todos balançam a cabeça dizendo "não")
JaME: Por que se apresentar descalço?
Tatsurou: Primeiramente, é mais fácil se mover no palco sem sapato. No começo eu usava botas, por causa do meu figurino, mas por causa do stress, a pressão e os movimentos, não era conveniente. Finalmente resolvi tirá-las. Na verdade, eu preferiria usar sneakers, mas não somos o tipo de banda que usa sneakers... então, tocamos descalços.
JaME: Entretanto, há bandas como Nirvana, bandas grunge, que possuem músicas com o mesmo tema que vocês e eles usam (ou usavam) jeans e sneakers.
Tatsurou: Você nos acha parecidos com Nirvana?
JaME: Não, não mesmo.
(Nota: No show, YUKKE usava uma camiseta com um enorme "GRUNGE" escrito).
JaME: O que acharam do evento no Klub, em Paris, há dois dias?
Tatsurou: Foi bem legal. Os cosplays estavam bem interessantes.
JaME: O que vocês pensam dos fãs que vivem no outro lado do mundo e fazem cosplay de seus figurinos antigos?
Tatsurou: Ah, é empolgante. Fico me perguntando "Hmm... em que eles se inspiraram? Que fotos usaram?"
JaME: Segundo o site da Otakon (uma convenção nos EUA), vocês tocarão nos Estados Unidos. Como se sentem em relação a isso?
Tatsurou: Sim, vamos nos apresentar lá nesse verão. Na verdade, não sabemos o que esperar... Veremos quando estivermos lá. Já temos experiência de ter tocado na Europa, vamos comparar com nossos primeiros shows na Europa. Iremos até lá e ver o que acontece!
JaME: Existe algum outro país onde vocês gostariam de tocar ou conhecer artistas que gostam, como The Rasmus, da Finlândia?
Tatsurou: Nós gostaríamos de ir para a Finlândia. No Japão nós tocamos com a Rasmus e falamos da possibilidade de tocar com eles na Europa.
JaME: Há algum outro país que vocês gostariam de ir?
Tatsurou: Inglaterra, Coréia...
SATOchi: Polo Norte.
JaME: Com ursos polares e focas?
SATOchi: Eu gostaria de comer focas.
(todo mundo explode em risos).
JaME: Existe diferença entre o público europeu e o japonês?
Tatsurou: É sempre muito diferente.
JaME: Até mesmo entre os países europeus?
Tatsurou: Sim, há diferenças entre Alemanha e França... até mesmo na França, entre Paris e o resto do país.
JaME: Por que fazer um álbum de covers?
Tatsurou: Desde o começo, nós sempre fazemos algum cover nos shows. Com o tempo, como sempre tocamos uma música diferente, acabamos com uma coleção de uns 30 covers. Sempre tivemos vontade de lançar um álbum de covers, mas nunca tínhamos tempo para isso. Agora sobrou um tempinho, mas distribuir um álbum desses é complicado e toma tempo. Então, ofereceremos esse trabalho, pela primeira vez, às pessoas que irão ao show no Budokan.
JaME: Vocês lançaram um bocado de trabalhos recentemente e vêm fazendo muitos shows. Vocês continuarão nos surpreendendo na próxima metade de 2006 ou planejam descansar?
Tatsurou: Não, não haverá descanso.
JaME: Nenhuma banda japonesa tem fã-clube oficial na Europa, mesmo já tendo tocando aqui. Quais os planos de vocês quanto a isso?
Tatsurou: Penso que se um fã-clube for necessário... por que não? Mas se uma banda ainda não tem um fã-clube, talvez ela não saiba se é necessário ou não. Já que estamos lá longe e ainda há a barreira dos idiomas, creio que seria difícil mantê-lo. Não poderíamos oferecer o mesmo que oferecemos no Japão. Mas se algum fã de MUCC tem planos de abrir uma sociedade para administrar um fã-clube aqui e está disposto a lidar com isso, não hesitem em nos apresentar essa pessoa.
JaME: Sabemos de muita gente que adoraria fazer isso, mas não quem PODE fazê-lo.
Tatsurou: Mesmo no Japão é difícil... (a banda ri).
JaME: Sim, porque seria legal ganhar ingressos para os shows quando vamos para o Japão. Especialmente para os shows feitos para poucas pessoas... muito útil.
Tatsurou: Nós adoraríamos... Não quer tomar conta disso?
JaME: Bem... por que não... (todos riem). As bandas estão vindo para a Europa, mas também há gente indo da Europa para o Japão. E é bem difícil conseguir os ingressos quando não se conhece ninguém lá.
Tatsurou: Seria mais fácil para dar informações também... Bem, temos um encontro marcado para essa noite!
JaME: Engraçado você propor isso a ela, já que ela virou fã recentemente. Ela costumava desgostar da voz do Tatsurou, mas mudou de opinião com esse álbum... (A entrevistadora fica vermelha e todo mundo ri). As pessoas gostam ou desgostam da voz do Tatsurou, essa é frequentemente a razão de as pessoas gostarem ou não gostarem da banda.
Tatsurou: Havia um cantor do qual eu não gostava da voz, mas com o tempo acabei gostando. Creio que eu não gostava porque a achava interessante e chega um ponto em que é possível mudar de 'não gosto' pra 'eu gosto'. Ao mesmo tempo, dá pra ficar indiferente. Estou no mesmo barco que ela.
JaME: Tatsurou, como você é capaz de transmitir tanta emoção com a sua voz? Você sofreu muito no passado?
Tatsurou: Ano passado, por causa da barreira dos idiomas, imaginei que tivesse que colocar ainda mais sentimento nas músicas. Se as letras são tristes, tenho que colocar tristeza na voz... pois a letra em si não é o suficiente. Então, no ano passado, trabalhei nisso e estou satisfeito com o resultado.
JaME: Acho que em músicas como 'daikirai', você já pôs muita emoção.
Tatsurou: Merci ('Obrigado' em francês).
JaME: Estão prontos para uma turnê maior na França da próxima vez?
Miya: Se pudermos fazer um show a cada vez que viermos e visitar ainda mais lugares, definitivamente esperaremos ansiosos por isso!
JaME: Até a próxima, então!
Obrigado a Sxl e Ayou pela ajuda.
Obrigado a Sae e Fabrice da Soundlicious e ao MUCC e sua equipe.