Entrevista com as duas celebridades do Visual-kei.
No dia seguinte ao show no Le Trabendo em Paris, nós encontramos Kisaki e Jui em seu hotel para uma pequena entrevista, após eles passearem por Paris para uma sessão de fotos.
Bom dia, eu trabalho para o website Jmusiceuropa. Eu lhes agradeço por terem vindo à França e parabenizo pelo excelente show de ontem.
Kisaki e Jui: Muito obrigado!
Eu gostaria de fazer algumas perguntas. Ontem, tudo ocorreu bem durante o show. O que vocês acharam dele?
Kisaki: Esse foi o nosso primeiro show fora do Japão e, é claro, nosso primeiro show na França. Eu realmente não fazia idéia de como me comunicar com o público assim como também não sabia como eles reagiriam. Eu estava preocupado, na verdade. Mas, logo que subi no no palco, percebi que o público já estava muito entusiasmado. Eu me senti mais entusiasmado do que no Japão. O Kisaki Project é uma banda um tanto quanto calma no final das contas: o publico não responde muito, e ouve às músicas muito calmamente, ao contrário daqui. Então, bem, eu me envolvi totalmente, e finalmente chegou uma hora em que não consegui mais me controlar: eu explodi também! Eu fiquei muito tocado com essa reação.
Sim, o público francês tem uma reação completamente diferente do japonês. Eles não reagem a certas coisas, como se jogar para a frente, chegando o mais perto possível do palco, em músicas mais violentas.
Kisaki: Foi violento, mas ao mesmo tempo foi quente e louco.
E você Jui, o que achou disso?
Jui: Como você pode imaginar, eu cantei e me movi de um modo mais enérgico, vívido. Eu estou muito feliz em tocar fora do meu país pela primeira vez, e o público parisiense estava muito quente mesmo. Foi uma grande surpresa! Fiquei muito emocionado e gostaria muito de voltar outras vezes.
Vocês têm planos de voltar para a França num futuro próximo?
Kisaki: Vai depender do tempo. Nós somos independentes, o que quer dizer que não temos nenhum obstáculo. Se o público quiser nos ver e se nós formos convidados, teremos prazer em ir, o que pode acontecer em breve.
Eu conversei com muitos fãs de visual-kei, e eles estavam impacientes em ver vocês, já que esse é o primeiro show com alguns músicos bem conhecidos. É como um sonho se tornando realidade.
Kisaki: Obrigado. Ontem, eu senti mais energia, mais força no público do que em nós mesmos. Esse é o porquê nós podemos fazer algo ainda melhor. Se pudesse acontecer, eu gostaria de fazer um evento com bandas européias. Seria uma boa idéia fazer um evento internacional com bandas japonesas e européias de visual-kei. Nós vamos pensar nisso, mas, enquanto isso não acontece, eu quero lançar o Vidoll na Europa.
Sim, começando com a compilação Bijinkei pela Mabell, uma gravadora francesa.
Kisaki: Nós vamos lançar um DVD ao vivo do show de ontem no Japão, mas também na Europa. O concerto de ontem não foi um objetivo, mas um início.
É o início de um projeto de shows e cds por toda a Europa?
Kisaki: Na verdade, a Undercode e a Marbell começaram a conversar apenas três meses atrás e, nesse tempo, assinamos um contrato para três álbuns e organizamos esse show. Foi bem dinâmico. Nós temos uma boa relação, e provavelmente iremos desenvolvê-la por toda Europa.
É o que todos nós esperamos!
Kisaki e Jui: Muito obrigado!
Como vocês apresentariam o visual-kei para pessoas que nunca ouviram falar sobre isso?
Kisaki: Mesmo no Japão o gênero não é muito conhecido. Mas, para mim, é o melhor jeito de me expressar. É a minha música. Se trata de música, trajes, maquiagem e um conceito: tudo tem que combinar. É a melhor forma de se expressar, mas também de se encontrar. Eu definitivamente vou continuar nesse estilo. Eu espero que seja apreciado pelo povo ocidental. E espero também que nasçam e existam no futuro muitas bandas de visual-kei na Europa.
E você Jui, o que acha disso?
Jui: Existem diversos tipos de música, como hip hop, rythm’n blues etc. Normalmente essas categorias são puramente musicais. Mas não é bem assim no visual-kei. É mais sobre aparência e conceito. E, para mim, é um método de se fazer música sem ser catalogado, você fica mais livre.
Sim, esse é o interesse principal do visual-kei, na verdade. Fazerem o que quiserem, musicalmente falando. Uma mesma banda poder tocar diversos estilos de música, como punk, metal, pop, e assim por diante.
Kisaki e Jui concordam balançando a cabeça.
Nos CDs das coletâneas, nós podemos encontrar traduções das músicas em francês. É talvez uma das únicas barreiras aqui na França, entender as letras. Nós perdemos muito da atmosfera de uma banda por causa disso.
Kisaki: Com certeza.
E, finalmente, vocês têm alguma mensagem para os fãs franceses?
Kisaki: Nós vamos fazer nosso melhor e continuar fazendo visual-kei, E nós prometemos que iremos voltar em breve. Portanto, esperem por nós com muito mais entusiasmo! E da próxima vez, eu vou falar em francês!
Obrigado! Sua vez, Jui.
Jui: Eu gostaria muito de voltar, então esperem por nós! E talvez eu venha morar em Paris no futuro!
Muito obrigado pela entrevista!