Live Report do show do Epik High para turnê MAP THE SOUL WORLD TOUR 2009, dia 26 de abril no Wynterland em Kobe, Japão
Tive o prazer de participar da Turnê Mundial do Epik High, chamada MAP THE SOUL WORLD TOUR 2009. O show de Kobe foi realizado dia 26 de abril, em uma casa de shows chamada Wynterland, que fica em área central de Kobe próxima a pontos turísticos."
Além do show das 19h30, o Epik High se apresentou algumas horas antes, às 13h30. Confesso que pensei se a banda não ficaria cansada com duas performances no mesmo dia, mas eles me provariam depois que não tiveram problema algum.
Finalmente, sob a fina chuva, começaram a chamar as pessoas para entrar e já dava para notar que a maioria dos presentes eram mulheres. Dei uma olhada nos produtos da banda, e os achei muito bem desenhados, a maioria em preto-e-branco, mas alguns, como a camisa da tour internacional, eram bem coloridos.
Após a longa espera, inicia-se o show de Kero One. Não conhecia a banda, e fiquei impressionado com o inglês deles. Kero One é uma banda de hip hop, mas achei que eles também dão muita ênfase à linha musical, com instrumentais incluindo piano e violão bem elaborados. Kero One, o vocalista, também tocava piano, e Big Vince, seu parceiro, tocava violão, sintetizador, era DJ e ainda fazia backing vocals.
Mais pro meio do show, durante o MC, eles revelaram que eram de São Francisco, Califórnia. No mesmo MC, Kero One também não deixou de perceber a quantidade de garotas no show. “Vocês estão prontos para o Kero One?! Vocês estão prontos para o Epik High mais tarde?! Oh, eu vejo que eles têm muitas fãs meninas...”
No início as músicas eram bem melodiosas, mas ao pouco foram ficando mais dançantes, embora as luzes sempre bem suaves em tons de amarelo e vermelho. When the Sunshine Comes foi uma das músicas que mais empolgou os presentes. MYK também fez uma participação especial, levando a música para um rap mais parecido com o estilo do Epik High e levantando o público.
Após um breve intervalo depois do show de Kero One, começa o tão esperado show do Epik High. O show se iniciou com um solo de sintetizador e beatbox. As luzes que eram bem simples no show de Kero One foram enchendo o palco e moldando a atmosfera do show. Finalmente, entram os demais membros. Tablo, Mithra Jin e DJ Tukutz, junto com Beatbox e Asher (piano), e começam a tocar Top Gun, que abriu o show em grande estilo.
Pouco depois do início do show, os membros se apresentam em um japonês bem simples, e entra uma jovem coreana para atuar como tradutora. O processo de tradução também trouxe diversos momentos engraçados para o show. Em certo ponto, Mithra fazia a introdução da música e toda vez que a tradutora ia começar a falar ele adicionava algo a mais. No final, acabamos sem a tradução. Mas, aparentemente, uma parte considerável da platéia era formada de coreanas.
Por ser meu primeiro concerto de hip-hop, achei muito interessante como a personalidade de cada membro acaba passando para a voz. Também gostei muito dos “duelos” de rap entre os membros. Os solos de DJ Tukutz também levantam o astral do ambiente. No entanto, talvez por estar acostumado com as dancinhas dos shows de Visual Kei, achei o público pouco criativo com as coreografias. Apesar disso, as pessoas não pararam de pular durante a maior parte do show.
Então, começou a tocar Map the Soul, colaboração de Epik High, MYK e Kero One, que volta ao palco. A música diminui um pouco o ritmo do show e permite a todos se concentrarem na bela melodia e na letra. Durante a música, Tablo joga seu chapéu para o público.
A tradutora retorna ao palco enquanto Tablo apresenta a próxima canção. Ele começa a falar lentamente para que a tradutora possa acompanhá-lo e explica que esta é uma canção sobre amor, e que “não se deve apenas gostar ou amar as mulheres, mas sim respeitá-las”, ao som do que a platéia feminina vibra. Apesar disso, Tablo diz que havia algumas meninas rindo, e que ele gostaria de saber o porquê, e confirma com o público se a tradução estava correta.
Outro ponto alto do show foi One, que diferentemente da versão do álbum, começou mais lenta, como uma balada, com o objetivo de emocionar o público. A música foi apresentada como “a canção que conta a razão do Epik High fazer música”, e foi recebida com muitos aplausos pelo público. A voz de JiSun foi ouvida apenas no sintetizador. A canção Love Love Love em colaboração com Lee YoongJin seguiu o mesmo esquema.
O show foi encerrado com a canção mais famosa da banda, Fly, e representou o clímax do show. Tablo estendeu as mãos para as pessoas da primeira fila, que foram a loucura, e ainda jogou a toalha para o público. Não pude ver uma simples pessoa que não estivesse pulando e gritando ao som de Epik High.
Após o fim do show, começaram os pedidos de bis, com direito a uma surpresa. Mesmo acostumado com a forma de pedir bis japonesa (“ankooru”), achei a forma coreana (“angkoreu”) mais divertida, com um passo mais rápido.
A medida que o show foi ficando cada vez mais empolgante, algumas senhoras de meia-idade, que estavam sentadas em cadeiras no canto da casa de show, começaram a se levantar e participar mais do show. Era impressionante ver a energia delas.
No total, Epik High cantou quase 20 músicas, fazendo um show memorável. Ao terminar o show, quando estava para ir embora, virei para o lado e vi uma senhora toda suada, que resumiu o show em apenas duas palavras: “Ah, estou satisfeita...!”.