Entrevista

Entrevista com Drunken Tiger

09/03/2010 2010-03-09 22:00:00 KoME Autor: Equipe do KoME Tradução: Lena & Jules

Entrevista com Drunken Tiger

Drunken Tiger fala sobre suas origens, música, fãs internacionais e seus planos para o futuro.


© Jungle Entertainment
Em junho de 2009, o artista de hip-hop Drunken Tiger lançou seu oitavo álbum e vendeu mais de 100 mil cópias. Ele foi escolhido como o melhor artista de hip-hop em diversas premiações do ano passado, mas não deixou o sucesso subir à cabeça. Cedendo um pouco de seu tempo para nos dar uma entrevista, ele nos conta sobre sua jornada e suas idéias.


Poderia se apresentar ao KoME?

Drunken Tiger: E aí, minha família de outro país! Eu sou o Drunken Tiger JK, também conhecido como Tiger JK, Jaguatirica 51, Pedro Gustavo e Ol' Drunken Tiger.

Obrigado por esta entrevista. Bem-vindos ao lado bom da minha mente!

Como você começou a gostar de hip-hop e quando decidiu seguir esta carreira?

DT: Sou um grande fã de hip-hop desde pequeno. Fui exposto ao que estava tocando nas rádios, claro -- pop, rock, metal, dance -- o que estivesse fazendo sucesso. Mas foi uma experiência estimulante quando eu ouvi hip-hop nas ruas -- as batidas eram cruas, o que os rappers estavam dizendo parecia mais verdadeiro. Esses rappers se vestiam como a gente (ou vice-versa), falavam coisas originais, eles tinham o que hoje chamam de "arrogância". A maneira com que eles expressavam seus pensamentos -- usando rimas e metáforas tão livremente -- me pegou. Acho que na minha mente adolescente isso parecia muito legal, poder falar sobre qualquer coisa, não suavizar nada, você está naquela fase e idade rebelde. Aí eu me aprofundei mais, percebi que havia mais nisso do que apenas falar merda sobre alguém ou sobre a bunda de alguma garota. Era poético -- o hip-hop permite que você se expresse através de palavras e ritmos. O que eu percebi foi que com o hip-hop você poderia ser original desde que você tivesse seu próprio estilo. Você pode ser baixo, gordo, cheio de cicatrizes -- se você for bom, você pode ser uma estrela falando (ou melhor, fazendo rap) sobre o que está acontecendo à sua volta ou na sua mente.

De onde vem o nome Drunken Tiger?

DT: Eu nasci no Ano do Tigre. Por eu ter nascido com uma marca estranha no meu rosto parecendo um filhote de tigre, as pessoas naturalmente começaram a me chamar de "Tiger". Agora avança minha história para LA. Bebidas alcoólicas, ou "40s", eram moda -- era uma garrafa enorme de cerveja com 40% de álcool (isso era a moda naquela época). Bem, os rappers Tha Alkaholiks e Likwit Crew -- eles comandavam as coisas em LA. Eu era um grande fã deles e claro, boom!, todo o Wu Tang Movement também foi uma loucura. Então, naturalmente, eles me influenciaram. Mas o que realmente me marcou foi o filme de kung-fu The Drunken Master (O Mestre Invencível, em português). Eu estava impressionado em como o Wu Tang Clan gostava desses filmes antigos de kung-fu e como eles se referiam às suas filosofias em suas rimas. Soa típico, mas sendo asiático parecia que se o Wu havia se tornado grande, eu também poderia ser grande. Então, quando dizem que Wu "é para as crianças", é verdade, HA! De qualquer forma, no filme Drunken Master, sempre que o lutador ficava bêbado, ele lutava melhor. Eu levei isso literalmente e comecei a chamar nosso grupo de Drunken Tiger. Sempre que estávamos bêbados as coisas corriam melhor, nós escrevíamos melhor, nos sentíamos mais fortes e as garotas pareciam mais bonitas -- nós éramos um bando de idiotas ;)

Drunken Tiger influenciou a cena hip-hop coreana, mas quem ou o que influenciou Drunken Tiger?

DT: O hip-hop como uma cultura, um estilo de vida e o que isso significava para um cara como eu que não se encaixava -- isso me deu uma saída. O hip-hop foi realmente um estilo de vida -- esperar o Yo! MTV Raps começar para gravar meus vídeos preferidos, estar em uma roda apenas fazendo freestyle, chapando, indo a festas, esperando na fila para ver um show -- eram tempos emocionantes, cara. Moda era divertido, tudo nisso era divertido. Do 2Live Crew zoando sobre sexo (um de seus integrantes era chinês!), até o NWA gritando sobre ataques de gangues, até as histórias bobas do Slick Rick. Das EFX era irado, e aí tinha ATCQ (A Tribe Called Quest), De La Soul, the Zulu Nation e Public Enemy falando coisas sobre política. E às vezes eu vagava pelo reggae e dancehall, para um pouco da boa e velha música soul, para o som da Costa Leste do The Roots e Mos Def, para o ritmo da Costa Oeste do Dr. Dre e Snoop Dogg -- tenho um livro inteiro cheio de MCs que eu adoraria citar mas eu não acho que essa entrevista seja longa o bastante para fazer isso.

Embora você tenha tido um enorme papel em mudar partes da indústria musical coreana, nem todos os nossos leitores o conhecem. Que música você escolheria para mostrar a eles quem é Drunken Tiger? Por que você escolheu essa música?

DT: Nem todo mundo me conhece aqui também (bem, isso pode ter mudado um pouco depois que meu 8º álbum foi lançado). Já faz quase 15 anos. Eu olho para trás, eu era um jovem apenas fazendo o que eu achava ser legal na época e eu valorizo minhas lembranças -- os bons e os maus momentos, todos. Eu tenho orgulho do que fiz, todos os meus trabalhos no passado, mas não necessariamente porque eu acho que todos eles sejam bons. Algumas coisas antigas que ouço só quero deletar do banco de memórias do meu cérebro.

Mas depois de todo esse "rah rah", "eu sou isso e aquilo", e depois de todas as rimas exibicionistas, a faixa que permanece como verdade no meu coração -- eu escolheria 8:45 Heaven, a música que eu escrevi para a minha avó.



Dito isso, eu tenho 8 álbuns (sem contar todas as participações especiais ao longo desses 10 anos). Eu costumo ser afetado pelo que estou passando no momento ou fases enquanto estou fazendo as gravações. Eu tenho essa personalidade meio esquizofrênica -- tenho muitos personagens que acho que estão incorporados à minha mente devido a todos os tipos de música que ouvi enquanto crescia. Às vezes me sinto como um marginal, mas me sinto apenas como um idiota em um bar sendo desprezado por todas as garotas.

No meu 7º álbum eu expresso o que quero que o hip-hop seja, e no meu 8º eu divido minha personalidade ao meio -- meus lados "feel good" e "feel hood" -- por isso o álbum se chama feel ghood muzik. É muito difícil escolher uma música em particular para descrever o Drunken Tiger. Vão ao iTunes, baixem meu 8º álbum e me digam isso vocês! (LOL)

Podemos esperar algum novo lançamento seu em breve?

DT: Agora na Jungle Entertainment estamos nos concentrando no novo álbum da Tasha. Será um álbum de hip-hop. Depois disso, eu tenho vários projetos em andamento -- um álbum de semi-reggae e hip-hop, estou trabalhando em um álbum de um grupo projeto comigo, Ann, Tasha e também Roscoe Umali. Vocês verão várias parcerias com artistas dos EUA.

Se você tivesse a oportunidade de colaborar com um artista americano ou europeu, com quem seria?

DT: Eu tive a chance quando o Deus MC Rakim participou do meu 8º álbum -- isso foi como um momento histórico para mim (O QUÊ?!). Rakim me abençoou com seu verso em Monster, Rakka do Dilated Peoples participou também, Stylistic Jones do Likwit Crew -- eu não podia acreditar nos meus ouvidos. Quero continuar construindo, eu não quero que isso seja uma coisa única, eu adoraria trabalhar com esses grandes artistas de novo.

Também adoraria trabalhar com Damian Marley, seria louco ter Slick Rick em meu álbum, Mos Def, The Roots, ganhar uma música do Dr. Dre -- hahah! -- seria incrível. Wu Tang Clan e Drunken Tiger -- soa perfeito -- eu gostaria de ver isso acontecer, ter uma música do RZA, ter todo o Wu na área :) Hey, por que não Beyoncé, Erika Badu, Jill Scott, Qtip, Primo, Snoop Dogg, Eminem, Busta Rhymes, MIA? A lista é infinita...
Resposta típica, eu acho, mas quem sabe talvez algum desses artistas não lê essa entrevista e entra em contato comigo. LOL

Quanto aos artistas europeus, muitos dos meus amigos no Twitter estão me mandando links e me ensinando sobre eles.

Existem muitos, muitos grandes talentos por aí e eu quero trabalhar com quem não é necessariamente celebridade.

Além disso, pegar todos os irmãos e irmãs asiáticos e representar!

Qual é sua opinião sobre as indústrias musicais coreana e internacional?

DT: Eu costumava ser contra a indústria. Eu era um jovem odiando tudo sobre eles. Eu achava brega e odiava o fato de ser excluído. Meu álbum era banido na maioria das vezes e eu não podia ir em programas de TV nem para parecer bem.

Mas agora eu aceito isso, não do tipo "Eu sou um padrinho, eu dou minha benção a todos vocês", mas eu sou mais velho agora e estando nesse meio por tanto tempo eu sou capaz de entender pelo o que esses jovens do k-pop passam. Esses jovens são dedicados e realmente se esforçam para chegar aonde estão agora.

No entanto, eu acho que o k-pop precisa de mais diversidade musical. Os grupos estão começando a ficar muito parecidos, como se fábricas os estivessem clonando, e as músicas estão começando a soar como se eles estivessem remixando músicas uns dos outros. Eu conheço tantos artistas incríveis de tantos gêneros musicais diferentes que só fazem shows em pequenos clubes, mal ganhando dinheiro -- eles precisam de mais oportunidades para se lançar.

Eu percebi que o k-pop se tornou algo grande com massivos grupos de fãs no exterior -- não fazia idéia até entrar no Twitter (hahah!). Mas sério, existem tantos talentos musicais que vocês precisam conhecer. Espero que eu possa fazer minha parte e apresentar alguns deles à vocês...

Como líder do The Movement Crew, o que o The Movement representa para você em uma palavra?

DT: Eu não sou o líder, sou apenas o mais velho do grupo. O The Movement representa ser verdadeiro à cultura do hip-hop e ser verdadeiro com você mesmo, fazer boa música e deixar isso expandir para várias pessoas (e viver fazendo o que você ama). O The Movement começou porque nós não conseguíamos nenhum apoio da mídia coreana -- nenhuma TV, nenhuma rádio, não havia nenhum show para fazer. Até mesmo nossas roupas, nós vestíamos o que as pessoas não entendiam.

Mas havia poucos clubes que tocavam hip-hop, onde b-boys se encontravam, e MCs costumavam ter noites de microfone livre. Umas 20 ou 30 pessoas se reuniam para nos ver se apresentar -- isso se tornou o The Movement. Nós fomos para as ruas e começamos a marcar nossos próprios shows, distribuíamos ingressos e fitas, nunca pensamos que ficaríamos grandes assim, muito menos que veríamos o dia em que falaríamos sobre isso em entrevistas.

O que você mais gosta e menos gosta sobre ser um artista famoso?

DT: Eu nunca fui afetado por isso, talvez porque nunca pensei em mim mesmo como sendo famoso. Eu não moro na cidade de Seul. Eu moro fora da cidade, então se eu estiver por aí fazendo minhas coisas e as pessoas falam comigo, eu as respondo. Eles sabem quem eu sou, onde eu moro, até onde eu gravo. As pessoas da minha cidade são como minha família. Todos eles torcem por mim como se eu fosse um de seus filhos. Eu gravo, lanço meu álbum e estou na estrada fazendo shows de cidade em cidade, multidões vão à loucura, e eu amo a energia -- é como Woodstock. Eu vivo para esse momento, e quando ele acaba eu estou em casa relaxando.

Eu nunca estive realmente em evidência na mídia de massa. Às vezes me pergunto de onde essas pessoas vem para lotar a arena quando faço shows. Mas com esse 8º álbum, eu me abri um pouco e eles se abriram para mim. Eu fui à alguns programas de TV e, sim, muitas pessoas parecem me reconhecer quando vou para a cidade, mas nada mudou. Eu aprecio todo o amor e apoio que recebo. E meus fãs fiéis estão felizes que eu esteja ganhando algum reconhecimento depois de 10 anos batalhando nessa indústria.

A única coisa sobre a fama que me preocupa é que eu tenho que ser responsável. Não posso agir como um idiota em público pensando que estou sendo verdadeiro. Preciso aprender a controlar meus pensamentos assim como meu temperamento. Não posso pular do carro com um bastão só porque alguém me deu uma cortada. YouTube está te observando...

Você tem algum plano ou desejo de se apresentar em outros países?

DT: Sim. Mas não quero sair por aí enquanto eu não estiver 100%.

Eu amo fazer shows -- essa é minha paixão. Eu fui inspirado por Busta Rhymes, The Roots, Mos Def, Cypress Hill, The Pharcyde. Quando se trata de realizar shows, eu quero fazer as pessoas vibrarem. Eu não quero sair por aí e sentir como se estivesse participando do American Idol na frente de Simon e dos outros.

A maioria das minhas músicas é em coreano, mas música é uma linguagem universal que une as pessoas não importa seu estilo. Eu descobri recentemente que tinha fãs estrangeiros -- estou me comunicando com eles, me reapresentando e minha música a eles. E como estou construindo essas relações com meus fãs, sinto que é o momento certo para voar por aí e me conectar com eles.

Em seus 10+ anos de carreira, qual momento você escolheria como o mais inesquecível?

DT: A) Meu primeiro programa de TV. O DJ me deu 30 segundos para fazer o que eu quisesse porque uma das boybands não iria mais se apresentar. Todo mundo estava indo embora, os créditos começaram a passar e tudo mais. Eu peguei o microfone e pulei no palco. Isso foi na época que os fãs eram ainda mais duros do que atualmente. Eu era um ninguém, desconhecido. Alguns me mostraram o dedo enquanto saiam, mas 3 garotos da platéia ficaram para ouvir o que eu tinha a dizer. Durante meus 30 segundos de fama, eles se tornaram meu primeiro fã-clube, Tiger Balm. Nós ainda mantemos contato.

B) O dia em que eu acordei paralisado. Eu não conseguia me mover, fui levado ao hospital, fizeram punção lombar, ressonância magnética, todas essas coisas. Era mielite -- pensei que minha vida tinha acabado.

C) O dia em que voltei a andar sem bengala.

D) E provavelmente agora é o momento mais inesquecível -- estou vivendo ele.

Em um programa coreano, você disse que gostaria de ser famoso. Vemos que você está ganhando mais destaque entre fãs do Brasil e de outros países através do Twitter. Você alguma vez considerou seriamente o uso deste tipo de ferramenta para atingir fama e reconhecimento?

DT: A fama é uma ilusão mas esta ilusão se torna uma ferramenta para você conseguir as coisas mais facilmente. E quando isso acaba, aqueles que achavam que era real acabam ficando loucos.

Particularmente, eu poderia viver sem a fama. Tenho o pessoal que gosta da minha música mas que não vai àqueles programas de música nem para me ajudar a fazer bonito LOL. Mas eles vão aos meus shows.

A questão da TV é complicada; quando eu precisava que me ouvissem, quando eu tinha mensagens importantes não apenas para meus fãs mas para todos, eu não tinha apelo. Era um beco sem saída. Eu não tinha meios para isso. A TV só se importa com aquilo que dá dinheiro a eles. E dinheiro para eles estava ligado a esses grandes selos com um número de fãs enorme.

Mas dessa vez fui a alguns programas de TV para que o pessoal saiba que eu existo e, diferente da crença popular, que eu não sou um marginal que sai por aí atacando as pessoas LOL.

Brincadeiras a parte, eu me envolvi com essas mídias digitais tipo o Twitter porque estava cansado de ter meu kit de imprensa jogado no lixo ou de ter minha mensagem distorcida e retalhada pelo pessoal da mídia de massa.

Um grande amigo meu criou uma conta no Twitter para mim e ficou me enchendo para que eu usasse. Eu não estava muito interessado. Uma noite ele veio até meu estúdio, abriu seu Macbook e disse: "J, confia em mim e apenas escreva alguma coisa". Foi isso que aconteceu.

Eu logo percebi que tinha gente por aí que sabia quem eu era. Pessoas das Filipinas, Reino Unido começaram a conversar comigo. Foi bom me comunicar com pessoas que eu nunca imaginei existirem. E eu pude mostrar um outro lado meu, o lado "feel good" (propaganda descarada, desculpe). Eu não levei muito a sério porque não estava querendo promover nada nem atacar ninguém no Twitter LOL. Apenas encarei como um meio de comunicação com aqueles que estivessem interessados nas minhas besteiras sem sentido. Foi um bom instrumento para fazer as pessoas perceberem que eu não era um marginal que saía atacando pessoas sem motivo. E eu não preciso elaborar um longo kit de imprensa e esperar que me ouçam. Posso falar diretamente com as pessoas.

Os fãs do Brasil aconteceram de repente em uma noite. Começou com uma pessoa tipo o dia em que comecei o Tiger Balm com 3 pessoas, falando sobre uma citação do Paulo Coelho, "Pessoas que te odeiam são admiradores confusos que não entendem porque todos te amam". Começamos a conversar sobre essa citação e eu escrevi algumas palavras em português e boom, ela e alguns outros começaram o Jaguatirica51, meu fã-clube brasileiro. Amo-os muito e espero crescer o suficiente para poder voar até lá e fazer shows.

Voltando para o público coreano, eles tendem a reagir melhor a 'modas' do tipo músicas repetitivas e passos de dança?

DT: Sem querer irritar ninguém, mas essa tal "música repetitiva" sempre fez parte do hip-hop. Nós fazíamos isso lá nos anos 90 -- vejo várias letras ou estilos hoje em dia que muitos MCs fizeram na época. Nunca fomos reconhecidos. Produtores tiravam sarro da gente, dizendo que aquilo não era música. Fazia sucesso entre nossos fãs e o pessoal ia à loucura nos clubes. Mas como não passava na TV, ninguém da massa conhecia.

Dito isso, estou sempre aberto a novas idéias ou estilos. Eu gosto delas [músicas repetitivas], meu filho gosta delas. Existe hora para material consciente e hora em que você só quer fazer algo que faça as pessoas sorrirem. Para mim, o hip-hop é sobre criar tendências e não segui-las. MCs e b-boys, DJs e artistas -- eles todos criam tendências.

Você acha que algum dia fará algo parecido com isso só para estar no topo?

DT: Acho que tudo depende de como me sinto quando estou no estúdio. Quem sabe um dia eu acabe criando uns passos. Agora estou pensando em fazer uma música com nada além de repetições -- vai ser tipo "@drunkentigerjk @drunkentigerjk @drunkentigerjk (30x)".

O que você prefere, uma música contemporânea que é um grande sucesso durante um curto período de tempo (por exemplo, música de ídolos) ou uma música que pode não agradar todo mundo mas ao mesmo tempo será lembrada por todos durante muito tempo?

DT: Ambos. Como um entertainer, você quer fazer um sucesso que todos fiquem cantando por aí. Mas como um artista, você quer fazer aquela gravação que transceda o tempo.

O que eu quero fazer e o que é possível depende apenas de vocês.

2010, o ano do tigre. Você tem alguma meta específica que deseja atingir tanto para sua música quanto pessoalmente?

DT: Tem tanta coisa. Eu realmente gostaria de conhecer um gênio da lâmpada pessoalmente LOL. Eu quero que o álbum da Tasha seja um sucesso mundial porque realmente acho que ela é a melhor. Nós não somos de uma gravadora grande -- isso significa que temos que temos que levar sua música para lá e para cá, mas acho que ela merece essa chance. Ann e Roscoe Umali também são da Jungle Entertainment -- eles merecem grande reconhecimento, são artistas incríveis.

Estou pensando em construir uma centro de tratamento para pessoas que sofrem de doenças raras como doença de Lou Gehrig, mielite e outras. Quero arrecadar bastante dinheiro e reconhecimento para atingir meus objetivos. Isso provavelmente vai levar muito tempo e esforço, mas é um projeto que está caminhando. Espero que eu possa ver o dia em que este objetivo será alcançado.

Mas enfim, acho que 2010 será um ótimo ano para todos nós.

E por último, mas não menos importante, desejo a paz mundial e um iPad para mim. ;)

A relação entre um astro e seus fãs pode ser estranha, principalmente na vida real. Como vocês sabe que acontece com ídolos, jovens correm até eles gritando e as coisas geralmente viram um caos. Ou então elas tiram fotos sem pedir. O que nos leva a perguntar: que tipo de tratamento você espera dos fãs?

DT: Eu preciso de amor. Se as garotas vêm correndo até mim, eu aprecio muito -- minas por favor venham até mim e me dêem um pouco de carinho! LOL

Geralmente com meus fãs, os caras me dão um cumprimento e as garotas me dão abraços. Mas eu definitivamente não quero ninguém se machucando. Apenas relaxe e demonstre seu amor. Eu não me importo com fotos também, desde que não seja quando eu estiver com o dedo no nariz. E não quando eu estiver relaxando com o meu filho. Não venha correndo como se você quisesse me ferir -- apenas peça.

Fãs internacionais sabem muito sobre você e sua música, mas não necessariamente sobre sua cultura, o que é uma pena quando se trata de comida! Quais pratos coreanos você recomendaria?

DT: Com frango não tem erro. As pessoas conhecem 'kalbi' (costelas coreanas), mas nem todo mundo fala de como a Coréia possui pratos maravilhosos com frango. Experimente samgaetang -- é uma comida saudável também. E o jeito que eles estão fritando os frangos atualmente, cara, é tãooo bom.

Tudo bem se fizermos uma pergunta sobre seu filho, Jordan? Já que você e sua esposa são bilingues (falam inglês e coreano), e o Jordan? Vocês estão ensinando as duas linguas para ele ou estão focando em apenas uma?

DT: Eu quero que Jordan fale o máximo de linguas possível. Meu cunhado é do Brasil, um dos tios do Jordan é francês, minha irmã fala espanhol, o tio Roscoe Umali é filipino, uma das tias do Jordan é jamaicana, o pai de Tasha tem uma família enorme -- avós e primos e tios em Washington DC -- todos eles têm muito orgulho de Jordan. E a minha fisioterapeuta é chinesa -- não fala nem um pingo de coreano. Nem sei como ela está me tratando. Quando eu vou para os EUA, algumas pessoas acham que eu falo chinês e se recusam a acreditar que falamos linguas diferentes. Enfim, por que não aprender chinês e japonês? :) Acima de tudo, quero que Jordan seja uma criança saudável e amorosa. E quero que ele cresça e se torne um homem saudável e com objetivos de vida.

Parabéns pelo seu photoshoot recente com o ator Jang Dong-gun para uma marca de roupas. A imagem de cara legal, "Hoon nam", lhe serve perfeitamente e facilita os fãs a se aproximarem mais do hip-hop. Com o aumento do pessoal do The Movement em programas de entretenimento coreano, você acha que a opinião das pessoas a respeito do hip-hop vai mudar? Se sim, você acha que para melhor?

DT: Acho que isso deixa o hip-hop menos ameaçador. Quanto maior o mercado, melhor para todos nós. Mas nem todos pensam assim. Todas as oportunidades que recebo é para colocar comida na mesa da minha família. Não sou obrigado a fazer, eu só gosto de explorar o outro lado do mundo. Mas no fim, tudo se resume a música. Se resume a se expressar. E você tem que fazer isso direito.

Acredito que todos têm sua chance. A diferença é o que você faz quando a oportunidade aparece. Você pode deixar seu ego inflar quando ela surge e sumir quando tudo isso acaba ou rechear sua conta bancária. Ou você pode deixar que isso vá até sua alma e fazer com que isso dure mais e se transforme em outras coisas. Permita que portas para outro mundo se abram e, enquanto você prossegue, deixa a porta aberta para outras pessoas que estavam esperando por aquele lugar em que você estava. Viva e deixe viver.

Você tem alguma mensagem final para nossos leitores?

DT: Obrigado por ler esta entrevista. Espero que depois de tudo isso você esteja tão apaixonado por mim que não tenha outra escolha além de comprar meu álbum e falar para seus amigos sobre mim e para fazerem o mesmo. Espero que você encontre o que quer que esteja buscando e, senão, você está quase lá. Feliz Ano Novo Lunar atrasado e meus melhores desejos a todos vocês.


O KoME gostaria de agradecer ao Drunken Tiger e a Bernie Cho, presidente da DFSB Kollective, por tornar esta entrevista possível. Não esqueça de APOIAR o artista. Você pode comprar as músicas do Drunken Tiger na sua Loja do iTunes.
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