Especial

Globalizando o Visual Kei: O Visual Kei Hoje e o Futuro do Visual Kei

09/10/2011 2011-10-09 00:18:00 KoME Autor: Meg Pfeifle (Phelan) Tradução: Shin

Globalizando o Visual Kei: O Visual Kei Hoje e o Futuro do Visual Kei

Junte-se a nós no vigésimo artigo da série virtual “Globalizando o Visual Kei” onde nós encerramos a série e discutimos o visual kei hoje, e o seu futuro.


© Lydia Michalitsianos
O Futuro do Visual Kei


Desde o pico de popularidade do visual kei em todo o mundo, a cena experimentou tanto momentos de estagnação quanto de atividade intensa. Ainda hoje, tirando poucas bandas como DIR EN GREY e X JAPAN, a cena ainda não atingiu o mercado musical mainstream. Temos visto várias tentativas de integração do visual kei no mainstream: DIR EN GREY ganhou o prêmio americano “Headbanger’s Ball” de 2006 da MTV pelo melhor vídeo musical,1 e a presença deles em várias turnês junto a bandas estrangeiras despertou o interesse do público no visual kei e rock japonês, o que leva a novas turnês com outros artistas de visual kei, como a turnê Taste of Chaos.2 Contudo, este caminho não foi intensamente perseguido pelos organizadores depois de 2008, e o visual kei foi logo esquecido enquanto outros músicos estrangeiros e estilos continuaram a crescer aos olhos do público.

Enquanto nos últimos anos o uso de casas de show é bem maior que o de convenções de anime, os organizadores ainda não fazem o marketing para expandir a plateia o suficiente, e parece que só os mesmo fãs comparecem aos eventos. Muitos organizadores disseram que shows repetidos são frequentemente menos bem sucedidos do que shows inéditos, o que é o oposto do que se espera acontecer se o marketing estivesse estimulando interesse e popularidade.3

Como as pessoas crescem e mudam, é provável que seus hobbies e gosto musical também mudem. É notório que entre as idades dos que responderam a enquete do JaME, olhando para fãs com vinte anos ou mais, quanto maior a idade, mais o número de pessoas que respondiam nesta categoria diminuíam.4 Isso traz a questão sobre os fãs estarem possivelmente envelhecendo fora da cena com o tempo. Se esse é o caso, sem a indústria japonesa e estrangeira fazendo marketing para as pessoas fora da cena existente, o visual kei pode eventualmente parar de existir completamente no exterior se o cenário não conseguir evoluir e permitir que novos fãs sejam recebidos quando os fãs antigos saírem. Se não há fanbase, não há cenário.

Enquanto bandas de visual kei no exterior continuam a se formar e fazer o seu próprio visual kei, ainda há um debate dentro da cena sobre a validade desses artistas, envolvendo a questão sobre o que realmente é o visual kei, e se o visual kei imitado é ou não simplesmente um glam rock inspirado na Ásia. É claro, contudo, que essa imitação é uma hibridização da cena existente e da promoção para o crescimento do visual kei, apesar de ser ou não aceito por todos os fãs.

O download ilegal continua sendo o maior problema para o visual kei em 2011, mesmo que os esforços estejam sendo feitos lentamente para remediar isso através do aumento de fontes legais disponíveis para comprar música online. Infelizmente, isso continua a limitar os fãs que não podem comprar na internet. Enquanto algumas livrarias japonesas nos Estados Unidos, como Kinokuniya, e a rede francesa FNAC na Europa, possuem uma porção limitada de mercadorias do visual kei, a maioria dos fãs que vivem fora das áreas metropolitanas, ainda ficam limitados em seu acesso à compra desses produtos.

O futuro do visual kei depende de sua habilidade para sobreviver à competição não apenas com outros estilos musicais no Japão, mas na habilidade mercantil mainstream para os fãs internacionais de rock. Há muitas barreiras que ainda precisam ser transpassadas para isso ser uma possibilidade. Entre os fãs que seguem, uma coesão verdadeira pelo mundo, aceitação de todas as formas do estilo, e a promoção para fãs de fora é de importância crucial para o crescimento futuro do visual kei. Para a indústria, até recentemente, as gravadoras de visual kei japonesas ficavam praticamente no Japão, deixando quase todo o trabalho promocional para organizadores estrangeiros e gravadoras.5 Isso deixou buracos no marketing, resultando no visual kei sendo alvo apenas de públicos específicos em vez de o gênero rock como um todo; isso deve ser retificado.

Finalmente, nos últimos anos, as próprias bandas tem recebidos críticas da fanbase do visual kei como um todo por muitas bandas serem genericamente projetadas ou cópias fieis uma das outras;6 outras estão sendo acusados de usar o visual kei como um platô para conseguir seguidores e então deixar o estilo no qual uma vez eles conseguiram uma fanbase sólida. Com 78% dos fãs que responderam dizendo que a singularidade do gênero que os atraiu para ela em primeiro lugar, a questão do novo, porém banal dos artistas visual ameaça o futuro da cena.7

Parecido com outros estilos undergrounds no passado, o visual kei provou que pode conseguir reconhecimento mundial e até interesse mainstream. É a hora agora de perseguir o mercado internacional e os ouvintes de música mainstream, para que os futuros fãs de visual kei possam continuar a apreciar a cena que conseguiu prosperar pelas últimas duas décadas.

Espero que tenham gostado da série virtual “Globalizando o Visual Kei” pelas últimas doze semanas. Espero que esse entendimento para dentro do estilo musical tenha encorajado outros pesquisadores a fuçar ainda mais a fundo no futuro, e para outros envolvidos na cena alcançarem e continuarem a empurrar o visual kei para o futuro.

Junte-se a nós na próxima semana para o artigo final dessa série, onde iremos olhar para os resultados mundiais da enquete Globalizando o Visual Kei, que foi feita em março de 2011.

_______________________________________________________________

[1] "Dir en Grey", last modified April 20, 2011.
[2] Jhouse Rock, e-mail interviews to author, March 25, 2011
[3,5] Tainted Reality, Jrock NL, Jhouserock, Kohaku Music, e-mail interviews to author, February 1 to March 31, 2011
[4, 7] "Globalizing Visual Kei Fan Survey", JaME, March 11, 2011.
[6] Japanese and overseas fans, e-mail interviews to author, February 1 to March 25, 2011.
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